sexta-feira, 28 de maio de 2010

Olhos no escuro

Me jogue fora. Estou em desuso agora. Não há mais utilidade quando se deixa de ser para fazer o que vem à mente. Confusões da minha mentira não dita. Maldita laceração doentia que arde. Vem ardendo há tanto tempo que não consigo mais deixar de sentir. Há dias em que a dor não existe, mas o pulsante está lá. Por dentro, raspando seus dentes internos por minha carne meio frágil. Sendo corroída por dentro. Me coloque num rio com as mãos amarradas às costas, me afogue num mar de águas salgadas sufocando, então. Eu mereço. Se não sirvo mais para o que me designei, então estou aqui por coisa nenhuma. Sem propósito, apodrecendo. Hoje não está doendo, mas eu sinto arder. Arranque de mim um por um, ajunte meus demônios num quarto escuro e os prenda na sala com as paredes gritando o sangue que escorre até o chão. Meu vermelho, grosso, pegajoso. Garganta cortada. Som nenhum. Paz sem voz é medo. Não corra agora, espere que o sangue das paredes suje a sua sala também.

4 comentários:

  1. que medo ! g_g e, éer.. minha sala já tem um vermelho tão forte.. um tom a mais, um tom a menos, é mera formalidade. ;)

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  2. Uau, profundo como sempre, bem escrito =)

    Bjs...

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  3. Ui que intenso *-*
    Eu gostei muito mesmo, como sempre!

    Oiee Carla, pois é tem sido dificil pra mim comentar porque o tempo tá curto, então tava fazendo que nem você comentando nos blogs que tavam comentando no meu, mais pode deixar logo, logo esse meu problema de tempo acaba! \o/

    Vou poder saborear os blogs que gosto aqui!

    Tudo otimo, e você como estar?
    o texto é triste e bem profundo! rs

    Beijos linda,um otimo domingo!

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  4. Uma boa descrição de como nos sentimos quando sofremos. É uma dor dilacerante. Mas no fim a solução persiste em algum lugar.

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