sexta-feira, 30 de abril de 2010

Só por hoje

Só por que hoje eu não queria pensar em você, tocou aquela música horrível que dançamos meio desengonçados no ponto de ônibus. Me lembrei da sua insistência para que eu me soltasse, entrasse no ritmo, me deixasse levar... E apertei os olhos para afastar as memórias, mas, só por que eu resolvi com todas as minhas economias que não ia pensar em você, choveu daquele jeito que a gente chamava de "chuva de beijo" e eu lembrei que meu biquine na praia ficou cheio de areia quando você foi me beijar na chuva e caímos rolando terra abaixo. Por que mesmo a gente foi parar na praia naquele dia cinza? Sei lá, não importa agora. Estou me concentrando insistentemente para não pensar em você. Todas as minhas energias têm esse foco. Não vou reparar que o seriado que vai começar na TV é aquele que você comentava comigo todos os dias. Tão engraçado que fulano era, tão interessante que a coisinha era... E eu me sentindo amiga das personagens só por que você sabia tudo da vida deles e fazia questão de me contar. Já sonhei com eles uma vez, sabia? Mas não vou reparar. Juro. Taxistas de jeito nenhum me lembram aquele dia que a gente saiu correndo do restaurante chique - você de bermuda, eu de All Star - por que era tarde demais e o ônibus das dez já passara há quarenta e cinco minutos. Minha nossa, como você fala! Eu nem sorri quando ouvi a música que você colocou naquele vídeo para mim. É, aquela mesma que foi cantada-sussurrada no meu ouvido em frente à lanchonete de um lugar far far away. Eu odeio músicas assim. Nunca gostei mesmo dessa melosidade toda. Era só fingimento. Sério. Hoje que acordei decidida a não pensar mais, todo o universo conspirou contra mim. Tudo bem, desisti, amanhã prometo tentar outra vez.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Aceldama


A minha guerra foi travada. Dentro de mim decisões transformam qualquer mosquito em conflito. Um zumbido infinito de batalhas cotidianas em espadas de desejos e razões chocando-se. Sem problemas. Quanto mais branca a parede, mais perceptíveis as manchas. Fogo que arde sem chama. Como se chama mesmo o meu espaço de guerra? Aceldama. Que em aramaico quer dizer: Campo de Sangue.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Espremendo Palavras

Sabe o que às vezes me pego pensando? Me pego pensando se a vida não seria bem mais simples se todos tocassem violão ou piano. Queria ter a leveza das mãos do pianista para costurar os sonhos em agulhas de realidade e, por trás de tanta verdade, algumas ilusões embaladas pelo som do violão. Não seria tudo mais belo se pudéssemos acordar com o som de pássaros na janela e um piano tocando na casa vizinha? Eu penso que sim. Mas penso tanta coisa quando estou sozinha. Lembro das nossas conversas sentados na cozinha, revejo a nossa falta de palavras para as coisas que só os beijos comunicam entre si e entreabro a geladeira para pensar no seu sorriso. Como se eu precisasse de algo gelado me apertando a mente para esfriar a febre incessante desse amor mal destribuído. Espremendo-me as palavras e as entrelinhas desse texto indefinido. É que está tudo correndo em mim, entende? Todo o amor, toda a saudade e as lembranças infinitas que se acumulam no presente. Esse querer que sempre foi o meu pretérito perfeito do indicativo de certeza... E eu ainda me pego pensando no violão, no piano e em você. Mas neles dois eu só penso às vezes.

domingo, 18 de abril de 2010

Orvalho

Um pingo das tuas certezas e mais o meu mar de dúvidas envolvendo-o. A noite que cobre nossos pensamentos, os colchões amassados, os lençóis mal dobrados. Tudo parte da conspiração interna que nos une. O que desejo de ti? Nada além de tudo. Desejas então de mim o que me sobra? Que tenho para oferecer que senão os meus pedaços já não tão inteiros? Aqueles que ajuntei à beira do caminho, os cacos que, esmiuçados, me furaram como espinhos. Meu sangue misturado a eles, minha vida, meu suor. O que te ofereço é o que tenho de pior. Meu melhor. Todas as partes grandes, todo o amontoado de vazio que tenho por dentro, todos os espaços em branco e mais algumas linhas ainda não escritas. Aposto todas as fichas e leva o troco contigo. Não há indecisões agora, não há coragem lá fora além da covardia em vento. O medo em tempestade que acalma aqui dentro. As noites de insônia e os pingos por lá que mal podem ser notados. Tenho em minha cama os lençóis mal dobrados. E, pela janela, tanta chuva é só orvalho.


sábado, 17 de abril de 2010

Decifra-me ou devoro-te

E ontem, numa conversa ao telefone, ele disse.
"Eu te gosto assim: Imagine um balde. Agora eu coloco todas as minhas pedras grandes dentro, coloco todas as minhas pedras médias, coloco todas as minhas pedras pequenas. Agora coloco areia e água por cima. É assim que eu te gosto."
E ela tem pensado nisso desde então.

"Eu quero te levar adiante, e quero te dar todo o valor que te cabe. Quero te sentar nos lugares que você merece sentar-se e te dar o cuidado e o respeito que você merece, quero aprender a decifrar todas esses teus enigmas cinzas e coisas que você me diz e que me deixam forte, forte, forte – e fraca de tanto querer. Quero que você perceba que abri espaço agora, e que você pode se acomodar e ficar até quando quiser.
Todos dormem já. Só em mim que a saudade não dorme.
E quase me esqueço, um pedido que quero fazer:
Confia em mim. Me dá a mão bem forte e pula comigo daqui." - Dani Cabrera

"Pai, afasta de mim este cale-se!"

- ... pois estou sozinha, Senhor. - Ela interrompeu a sua prece quando ouviu passos descendo as escadas rumo ao porão escuro onde se escondia.
- Por aqui! - alguém gritou. - Acho que encontrei alguém!
Ela encolheu-se ainda mais tentando parecer menor do que os 157 centímetros que tinha e ocupar o mínimo espaço possível, mas a sua respiração ainda parecia alta demais. Seu coração chacoalhava dentro do peito e era impossível não tremer ao sentir aquele filete de suor gelado escorrer por suas costas quentes.
- Onde ela está? - outra voz, dessa vez mais perto.
Valquíria cerrou os punhos e levantou-se devagar.
- Eu estou aqui. - sussurrou e depois mais alto: - Eu estou aqui!
Todos os homens - ela contou rapidamente seis ou sete - viraram-se para a figura magra que tremia num dos cantos fétidos daquele porão imundo.
- Então pensou que poderia esconder-se de nós? - os soldados perguntaram.
- Não, - ela respondeu. - nunca pensei que poderia me esconder de ninguém. Nunca desejei esconder meu rosto, esconder meus pensamentos, esconder a minha verdade. - a coragem presa em sua garganta foi soltando-se lentamente à medida que as palavras iam sendo cuspidas. - Eu estou aqui, como apenas mais uma mulher brasileira que deseja liberdade. Revoltei-me com essa nação desde que...


O Brasil, terra de mártires e guerreiros, lugar daqueles que não desistem por nada, palco de acontecimentos surpreendentes. País de liberdade.
Será?
Há tanto tempo acabou a ditadura e, em conseqüência disso, há tanto tempo não nos revoltamos contra a censura imposta pelo governo e pela mídia. Há tabu, há parcialidade, há incoerência. É, hoje, desconhecido o paradeiro dos jovens brasileiros que tiveram voz há tanto tempo pois a nação brasileira se calou diante de uma imprensa sensacionalista qualquer, processos de 'emburrecimento' em massa vide o Big Brother e as proibições esdrúxulas como o processo de censura na internet proposto pelo senador Azeredo.
Maquiada de "verdade absoluta", a nossa informação foi intoxicada por notícias sem sentido ou aproveitamento e nossos jovens acomodaram-se nas noções pós-modernas de individualismo. Não há mais sentimento de necessidade nacional, não existe vontade ou coragem de lutar por direitos desconhecidos pela nova juventude.
A censura não se esconde mais atrás de fardas verdes, mas está dentro de nós. Quando sentamo-nos em frente à televisão e esperamos pelas mesmas informações mastigadas, quando estamos cansados demais para ler um jornal e quando preferimos o messenger aos meios presenciais de comunicação. Estamos censurando a nossa capacidade de pensar e, em função disso, cansamos de pensar.
Ser censurado não é o pior. O que realmente preocupa é ver tantos braços cruzados diante disso.

Um tiro na boca selou o fim da breve vida de Valquíria. O corpo magro, no auge dos vinte e dois anos, jazia agora no porão da casa abandonada por soldados da ditadura.

Valquíria recebera a sua sentença por falar demais. Qual será a nossa sentença por calar-nos demais?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Pegadas

Ele esteve esperando por mim todo o tempo. Me ouviu quando meu grito confundia-se com um silêncio inerte, me consolou quando precisei de um abraço e não havia mãos por perto, cuidou de mim quando até ser eu mesma ardia como se eu fosse uma capa de mim mesma. Ele me prometeu que estaria ao meu lado enquanto caminhássemos pela areia da praia, mas eu esqueci dEle e passei a viver como se o amor que Ele sente por mim fosse meramente ilusório. Como se tudo o que eu já havia sido junto dEle não fosse mais nada. Nossa história se desvaneceu no meu mar de escolhas novas, na minha montanha de decisões confusas que não deixavam brecha nenhuma para que Ele conversasse comigo. Calei a Sua voz dentro de mim e tentei, desesperadamente, soltar a minha mão da dEle. Não foi tão fácil.
Debati-me, então, querendo ser livre desse amor que sufocava, desejando andar por trilhas minhas e me machucar com pedras quaisquer que cruzassem o meu caminho desconhecido. Eu quis soltar as minhas mãos pois entendi que não precisava mais dEle.
E Ele, de longe como permiti que ficasse, acompanhou os meus passos enquanto meus pés faziam um caminho novo sem a Sua ajuda.
Isso até hoje. Hoje, quando acordei e me senti presa à outra coisa que não o Seu amor infinito. Senti-me enlaçada por minhas próprias e sufocantes escolhas. Senti-me esmagada pelo peso das minhas decisões infundadas. Então acordei e olhei para o lado. Não havia nem sombra das suas pegadas andando comigo na areia. Hoje eu chorei.
Ele sorriu, enxugou minhas lágrimas uma a uma e disse com a mesma voz branda com a qual costumava me repreender:
- Jamais pense que nos lugares onde há só uma pegada Eu saí do teu lado. Estes foram apenas os momentos que te carreguei no colo para que a onda passasse.
Deu-me então a Sua mão outra vez e voltamos a caminhar lado-a-lado.
Deus, eu e Seu amor incondicional.





Edição Visual
Pauta: Diga-nos quem é essa pessoa que te segura pela mão?
Para: Bloínquês

terça-feira, 13 de abril de 2010

Coluna

Pode chorar, mãe. Encosta a cabeça em qualquer lugar e coloque pra fora todo esse peso que te aperta o peito. Lágrimas não vão te fazer menos mulher, não vão mudar nada, chorar não vai te fazer fraca. Só deixa sair, mãe. Inunde as ruas, inunde seus muros, inunde suas lembranças de água salgada tão sua, mas limpe toda a dor que lateja aí dentro. Pode ser o que quiser do meu lado, mãe. Eu sei que lembranças estão aí o dia inteiro te fazendo ponderar o futuro e o tanto que ele parece nublado e incerto. Há coisas que a gente espera e mesmo assim nos surpreendem quando vem. Então pode chorar, mãe. Não deixe que essa batata na garganta, esse grito sufocado, esses dias girando em sua memória fiquem onde estão. Faça com que desçam pelo ralo ou guarde-os. Dê-me todos e eu os segurarei em minhas mãos fechadas. Mãos ainda novas, mas que entendem que você precisa respirar. Falo sério, mamãe, pode chorar! Estou aqui com você pra te escutar, estou do seu lado pra te abraçar. Conta comigo, minha amiga. Se considere, hoje, minha menina e deite em meu colo pra ser pequena outra vez. Naquele vestido simples de chita, com aquela sapatilha de fivela bonita, volte a ser criança e não se prenda tanto no mundo que criou. Saia daí, mãe. Você não precisa ser forte o tempo inteiro, vamos lá. Eu estou aqui e sou sincera quando digo que pode chorar. Tempo integral de Helena não te faz imortal. Sinta-se humana, dispa-se desse peso. Pare, descanse, desabafe. Obrigada por cuidar de mim, mas se deixe ser cuidada só por hoje. Obrigada por cuidar de todos, mas deixe-os de lado pra viver, mamãe. Eu seguro as pontas pra você desabar um pouco. Fico em pé pra você sentar, então repito: mãe, pode chorar.





"Mas nem sempre é necessário tornar-se forte. Temos que respeitar a nossa fraqueza. Então, são lágrimas suaves, de uma tristeza legítima à qual temos direito. Elas correm devagar e quando passam pelos lábios sente-se aquele gosto salgado, límpido, produto de nossa dor mais profunda". - Clarice Lispector

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Louca



Uma vez, no recreio, comendo um Bis derretido, pensei isso, pela primeira vez: e se eu ficasse louca?
Vi minhas amigas trocando papéis de cartas, vi uns meninos correndo de testa suada, vi uma professora caminhar como alguém que pensava em alguém que ela encontraria no final do dia, vi tudo isso como se não pudesse ter, ver, ser. E se eu ficasse louca. Que triste para meus pais, que triste para a carteira vazia da escola, que triste para os livros plastificados com a etiqueta que dizia que era eu. Uma estudante, uma garotinha, com família, amigos, presilhas de cabelo, camisas brancas PP com um brasão que trazia um livro e um fogo. Se eu ficasse louca tudo isso seria o quê? Pra onde iriam os materiais e as pessoas e o amor? E se eu ficasse louca? Quem iria me ver babar num canto de um hospital? Existe louco em casa? Mãe ama os loucos? Louco tem amigo? Louco tem livro plastificado? Louco começa e não para mais até acabar? Louco uma vez, louca pra sempre? Converse. Respire. Pense em garotos. Pense em xampus. Vamos. Não fique louca. Mude de assunto. Pense na menina mais bonita do mundo e odeie. Dê nome pra loucura que ela deixa de ser. Sinta dor com nome que assusta menos. Caia na aula de educação física, rale o joelho, sangre, dói menos. Desembarace os cabelos e sinta que problemas se alisam. Faça o papel do Bis virar um barquinho. Isso. Conte uma piada. Se os outros rirem bastante. Se a sua estranheza puder ser amada. Qualquer coisa menos loucura. Pense naquela música da rádio. Não, você não está triste. Uma fofoca e pessoas em volta. Vá até o banheiro retocar o batom da moranguinho. O professor mais ou menos bonito, por ele. Os outros. Olhe. Os outros. Vamos. Que data mesmo? Da guerra. Que data? Qualquer coisa. Menos louca. O hino. Sujou um pouquinho da meia. Limpinha. Dê nome aos problemas. Problemas com nomes são problemas e não loucuras. Sempre evitando que ela saia. Sempre segurando. Não caia dura no meio do mundo. Não se chacoalhe no meio do pátio. Não vomite só porque sei lá o que é isso impossível de digerir e nem quero saber. Não abrace sem fim porque é preciso sentir o vento com o peito sozinho. Terrível mas tem banho quente pra distrair. Não espanque, não soque, não chore sangue, não arranque a língua, não grite, não acabe. Siga. Sorria. Mais uma prova. Mais uma festa. Mais um garoto. Sempre um pavor escondido mas nem era nada disso. Sempre uma tristeza abafada mas nem era nada disso. Sempre uma alegria exagerada que ninguém acolhe e o silêncio depois, fazendo curativos na pureza criando cascas. Um dia você será. O quê? Normal. Um dia você será. Normal. Um dia. Enquanto isso, se distraia como a professora que ama, as crianças que trocam papéis de cartas, os garotos que correm. Eles estão se distraindo também e pensando “olha, uma menina comendo Bis”.



Por: Tati Bernardi

Fantasmas



Eu e o que eu sinto. Duas coisas distintas, mas tão próximas que se confundem. Às vezes sou o que quero e às vezes deixo-me levar pelas vozes que gritam meu nome através das sombras. Converso com elas às escondidas. Deixo que minha mente vazia anestesie meu corpo quente. Frio agora sem quereres. Só matéria repleta de energia. E sigo as vozes rumo ao mundo secreto em que moram. Flutuo em direção menos segura que a que conheço, mas o que seria da certeza se não fosse a dúvida? Escuridão e tempestade só para me dar calmaria interna. Minha luz não é mais tão forte, mas, a medida que se apaga, começo a enxergar melhor o escuro. Em trevas vejo tudo. Não acenda a luz, meus olhos arderiam. Ainda prefiro as sombras com suas vozes sussurrantes que me chamam a seguí-las. Sigo em passos vacilantes, mas estou firme por dentro. Estou calma, estou serena, estou caminhando rumo ao meu próprio fim.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Um adeus

Eu me sinto tão cansada agora. Vejo as minhas forças minguando lentamente enquanto tento fingir para mim mesma que sou forte o suficiente para aguentar isso por quanto tempo seja necessário. Estou tão sem esperanças. Querendo que o tempo passe mais rápido e querendo que ele se congele por que não gosto das escolhas que fiz até aqui e tampouco das que terei que fazer daqui para frente. Quero gritar, mas não há mais nada a ser dito além de tudo o que já expus. Todas as minhas feridas abertas e não tratadas estão pulsando sua secreção fétida. Me recolho em silêncio esperando que o último sopro dessa vida sem sentido vá embora como uma derradeira demonstração de misericórdia. Qualquer coisa que passe a dor, qualquer coisa que anestesie. Seja morte, seja silêncio. Estou cansada desse coma de vivências. Minhas forças estão minguando... Dói tudo agora. Eu realmente preciso ir.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Equilíbrio

Migalhas.
Deixo pelo caminho os planos, pedaços e acontecimentos tão meus que correm contra nós dois. Cães à beirada das mesas um do outro comendo o que sobra como se o jantar não nos fosse reservado para daqui a algumas horas. Mendigamos o que nos pertence e fingimos que é satisfatório ajuntar restos.
Migalhas.
Cansada que estou de não poder trocar nada por tudo, fico no quase. Odeio metades! Meio me entrego, meio me nego, meio eu gosto, meio me arrependo. Por um triz. Estou me equilibrando sem sentido quando quero estar segura. Estou me equilibrando sem sentido quando quero voar. Anseio por extremos, mas não esse extremo de peças soltas embaralhando-se lentamente para me quebrar a cabeça.
Migalhas.
Em partes sólidas repartidas em pedaços iguais. Bom demais, mas incompleto. Pelo meio, pela metade. Vou esperar o jantar e desistir das sobras. Não mereço o resto, não preciso de quase nada além do que posso ter. Eu já tenho você, por que estaria feliz com migalhas?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Vê dois

Carla Rosenvelt ~ diz:
*O jeito que ele me olha, sabe? É como se eu fosse o mundo pra ele. E ele fala cmg de um jeito que não fala com mais ninguém. E ele não faz isso escondido das pessoas não. Ele fala cmg diferente na frente de todo mundo e me olha diferente na frente de todo mundo. Ele tem um sorriso que é só dele e o sorriso dele sempre diz tanta coisa. Ele tem uma cara de bravo que é muito engraçada por que ele faz carranca mesmo. E tem uma cara de ^o) que me faz ter vontade de rir. E quando eu beijo ele no meio da rua ou do nada, ele fica dizendo "pxii pxii .. se comporta, mulher." Daí eu dou risada e ele também dá risada. E fica fingindo que vai apertar meu nariz, então eu me encolho por que odeio que apertem o meu nariz, aí ele me abraça e beija meu pescoço. Eu enterro o rosto no pescoço dele e isso é perfeito por que é como se todos os meus problemas se dissolvessem no cheiro dele. Eu podia ficar assim para sempre. Só olhando para ele, só encolhida com o nariz no pescoço dele... Só deixando ele me olhar como se eu fosse o mundo pra ele.

Conversando com Kerolz no MSN sobre o paulista que chega amanhã.

O fim

E como ousa? Como se atreve a jogar em mim essas suas sujeiras? Não estou caída, não me sinto ferida, mas estou cansada. Cansei-me do seu amor inventado feito conto-de-fadas e de suas muitas mentiras acumuladas. Estou farta! A sua presunção arrogante é tamanha que nojo se alastra por cada poro do meu corpo. Não me sinto insegura, não estou errada. Foi você quem mentiu de cara lavada, foi você que me escondeu o que pensava e fez tudo exatamente às avessas do que me dizia acreditar. Acreditar em você? Continuo tendo fé. Certeza daquelas coisas que você me prometeu, mas que estão guardadas agora num baú que outra pessoa abrirá. Uma pessoa que mereça, uma pessoa melhor. De você e para você eu ofereço a minha pena. Compaixão por uma alma que, em busca de coisas demais, perdeu-se pelo caminho.