segunda-feira, 5 de abril de 2010

Equilíbrio

Migalhas.
Deixo pelo caminho os planos, pedaços e acontecimentos tão meus que correm contra nós dois. Cães à beirada das mesas um do outro comendo o que sobra como se o jantar não nos fosse reservado para daqui a algumas horas. Mendigamos o que nos pertence e fingimos que é satisfatório ajuntar restos.
Migalhas.
Cansada que estou de não poder trocar nada por tudo, fico no quase. Odeio metades! Meio me entrego, meio me nego, meio eu gosto, meio me arrependo. Por um triz. Estou me equilibrando sem sentido quando quero estar segura. Estou me equilibrando sem sentido quando quero voar. Anseio por extremos, mas não esse extremo de peças soltas embaralhando-se lentamente para me quebrar a cabeça.
Migalhas.
Em partes sólidas repartidas em pedaços iguais. Bom demais, mas incompleto. Pelo meio, pela metade. Vou esperar o jantar e desistir das sobras. Não mereço o resto, não preciso de quase nada além do que posso ter. Eu já tenho você, por que estaria feliz com migalhas?

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