quinta-feira, 11 de março de 2010

Suas Mãos

Sinto mãos delicadas em meus ombros. Mãos que ajeitam as cordas, mãos que cuidam de mim. Foram essas mãos que me fizeram o que sou e, por isso, sou imensamente grata.
Não chego a me lembrar de como parecia antes de tê-las me arrumando, me enfeitando, me tocando com leveza. Meus movimentos são perfeitos através do contato daquelas mãos suaves e abro a boca para agradecer, mas a voz que escuto não é a minha. Essa é a voz que acompanha as mãos. A cadência que sempre escuto quando abro a boca, no tom que eu amo.
Percebo os dedos me apertando, observo minhas pernas se dobrando e, lentamente, sou posta em meu lugar outra vez. Estou em casa, na minha caixa, lado a lado com todas as outras marionetes que ele guarda.

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