Eu vou me matar. Sério!
Depois de mil anos arrumando isso aqui por que Vini me pediu para fazer alguma coisa bonitinha para ele. Cá estou percebendo que cortei o pescoço dele na foto.
É ou não é pra chorar?
Beijos, vou ali me suicidar. :*
Mandei tudo à merda! Não pense que pode vir me dizendo o que devo fazer e eu vou abaixar a cabeça para você como se tivesse sentimentos de pessoa sem alma. Estou no meu canto, estou parada esperando, mas isso não quer dizer que eu não tenha tomado decisão alguma. Meu silêncio diz precisamente que eu tomei a decisão de me calar. Estou aqui espreitando o meu futuro e, na borda da minha própria vida, afogo os pés no lago dos meus acontecimentos. Sim, te mandei à merda por que hoje quero ser lago. Nem correnteza forte de rio, nem ondas grandes de mar. Quero serenidade por hoje, por favor. Embala para viagem, obrigada. E você? Ah, você eu resolvo depois. Assim que tomar a decisão de decidir. Por hoje eu só quero jogar, da beirada, uma pedrinha e criar ondas em mim. Pequenas ondas. Ondas maiores. Sem o seu aval, sem a sua permissão. Não quero que me deixe só, só quero que me deixe em paz.
Sou meio como o céu que não dá pra ver do início ao fim nem que esteja claro. Eu sou tão inteira apesar das minhas metades absurdas. Mesmo tentando me ver só de perfil, enxergo o outro lado no espelho. Mesmo me segurando em intensidade, eu falo que amo, eu conto o que senti, eu exagero na saudade. Sou exagerada em tudo. Não adianta o médico me mandar ir devagar. Devagar é a palavra mais bonita e hipócrita em que consigo pensar. Tão engraçadinha em sua moldura de paciência. Já eu, impaciente que sou, vou fazendo planos aos montes. Vou cansando de esperar por tudo e gritando minhas loucuras, minhas verdades, meus planos, minhas saudades. Paro só por alguns segundos para olhar o céu e dizer para mim mesma que eu não preciso vê-lo do início ao fim. Talvez as nuvens bastem.
E lá estava eu, ontem, voltando pra casa depois de ser assaltada no salão de beleza e pensando comigo que eu fico mais bonita quando você está para chegar. O homem veio, levou o celular que demorei três meses pra conseguir e eu continuava feliz e rindo de alguma coisa. Não me pergunte o que. Eu, de sorriso na cara com você vindo, sou muito mais bonita do que eu, de maquiagem na cara com você indo. As coisas são mais alegres ao meu redor e eu nem faço nada por isso. Vou só saltitando em nuvens. Escolho roupas que me deixam melhor, arrumo o cabelo de um jeito mais simpático, uso aqueles óculos que ficaram guardados tanto tempo e me demoro mais passando hidratante nas pernas, nos braços, me alisando a alma por que ela será em breve beijada pela sua presença. Fico com um brilho enigmático nos olhos por que você está para ser visto por eles. Tenho um sorriso de canto escondido que se mostra depois de uma piada sem graça, um acontecimento bobo e um assalto. Sim, quando você vem vindo eu rio de assaltos. Rio de nervoso, rio de bobeira, rio por nada. Rio e sou mar. Ah, as coisas são tão mais lindas quando você está. E é só saber que está perto de você chegar que as cores vêm vindo, se encaixando, entrando pelos poros de tudo que me cerca. É tudo completamente colorido agora. Por que você vem. Até as pessoas são mais interessantes por que me lembram você. São só mais alguns dias e eu vou te abraçar. Escrevi isso e sorri. Sorrio... Um pouco rio que deságua no seu mar.
Eu (por dentro) estou quieta (hoje)
Eu (cansada) sou triste (sempre)
Eu (sem conhecer) fico calada (quando quero)
Eu (pela manhã) não sinto fome (nunca)
Eu (simples) não sou eu (às vezes)
Eu (depois de tanto) estou meio você (perceba)
Entrei no quarto derrubando remédios escrivaninha abaixo. Gritei o mais alto que pude sem me importar com a vizinhança que dormia. Como alguém conseguia dormir sabendo que outro alguém, bem ao lado, apodrecia? Dentro borbulhando infinitas ondas de lava quente. Devastando tudo, derrubando tudo, não há mais nada agora que não seja cinza. São pó. São cinzas num punhado. Amontoado de coisa que um dia foram vivas, um dia foram úteis, um dia respiraram. Agora é só isso. Só dor. Me encolhi no chão, juntei as pernas num abraço meu, sem largar pedaço algum fora do conjunto. Gritei outra vez e não ouvi som. Coração. Batendo além do que deveria, ecoando mais forte do que eu podia, tudo por dentro doía. Coração. Não queimou junto com tudo que a lava dissipou. Pensei comigo, será que se recomeça do zero quando se começa do amor?
E hoje me apertou o peito uma saudade imensa de você. Saudade por que sempre foi você que segurou as minhas pontas e, talvez, tenha sido sempre você que acreditou em mim de olhos fechados e ouviu as minhas besteiras mais importantes. Fiquei hoje por horas olhando as fotos do seu ano que tem passado sem mim e me perguntei quando foi que a gente se perdeu tanto. Não é só o fato d'eu não reconhecer mais as pessoas com quem você anda hoje ou de ficar sabendo que alguma coisa está acontecendo em sua vida por causa de uma conversa iniciada no MSN com uma música antiga e nada a ver com o seu momento. É mais que isso. É falar da gente no passado como se nossas resenhas tivessem data de nascimento e morte. Se era pra ter morrido alguma coisa, quero avisar que não estou descansando em paz por aqui. Quero avisar que ainda olho aquela foto que você me deu e que fica na minha agenda que você chamava de "revelações bombásticas", que ainda fico relendo os prints que tirei no ano retrasado, no começo do ano passado, em alguma época distante em que você era meu melhor amigo. E sabia tudo de mim, ouvia tudo de mim. Algum momento antes desse momento idiota que deixou a sua linha da vida continuar em movimento retilíneo uniforme e a minha dar uma volta de 180º. Não quero te deixar pra trás junto com as nossas confidências e com o carinho tão enormemente grande que sinto por você, meu amigo. Mas te desejo pra o melhor sempre e quero que saiba que você fez toda a diferença em minha vida, que você é uma das pessoas que eu mais amo no mundo e que eu vou estar sempre aqui. Nunca se sinta sozinho, nunca se sinta pequeno, nunca se sinta mal. Por que eu não aceito que você seja nada menos do que o muleque que eu amo. Paulo Geovane Santos de Mattos Junior (L)
Uma pluminha de ar.
Leve como a brisa.
Deixe a brisa te levar.
Viaje através dos sonhos e não tenha medo.
As opções não são ruins de nenhum jeito.
Veja além:
Ou você se tornará estrela com Papai do céu,
ou ficará com a gente e estará tudo bem.
Voe bem alto, vovó peralta.
Voe voltando na linha do tempo que sua memória guarda.
E me veja sua amiga, te contando tudo.
Veja nossas alegrias em aspiral,
Uma felicidade grande aqui.
Outra não tão grande ali,
Só não fique triste!
Vó, você nunca foi triste.
Lembro que cantava pra mim nos meus momentos de medo:
"Quando você, param pam pam
Se sentir sozinha, você .. param pam pam
Não estará sozinha por que
Papai do céu está com você!"
Então lembre-se, minha boa amiga
Não se esqueça, minha querida
Você é leve como o ar.
Se deixe voar, mas não fique triste.
Segure a minha mão.
Minhas lágrimas são só saudade.
Eu vou te amar pra sempre, você sabe.
As opções não são tão ruins.
Ela abraçou o próprio estômago e me encarou com desespero no olhar. Respirou fundo, soltou o ar e tentou pronunciar o meu nome entre sussurros ininteligíveis. Eu ri. Ela se contorcia quase imitando os meus movimentos e foi caindo, derretendo pela parede enquanto tentava se agarrar ao último fio de luz que passaria por suas pupilas dilatadas.
Agora eu tinha certeza de que o meu veneno circulava livremente por suas veias e não pude evitar um suspiro de satisfação quando percebi que seus olhos aterrorizados se abriam ainda mais. Ela arqueou a coluna e se limitou a jogar o pescoço pra trás, se abraçando com ainda mais força. Eu tinha pena por que percebia indiferente a inutilidade das suas tentativas de se manter viva. Todas frustradas do jeito mais patético que eu já presenciara. Pensei que, se fosse mais inteligente, simplesmente renunciaria a tudo e se deixaria ir com o pouco de dignidade que ainda lhe sobrara, mas ela já arfava pesadamente através dos pulmões debilitados.
Observei por mais alguns segundos sabendo que lhe restava pouco tempo de vida e dei as costas para seguir o meu caminho. Rastejei de volta às árvores, entrei calmamente na conhecida floresta que me escondia e, sozinha, contornei meu próprio corpo de serpente. De uma coisa eu tinha certeza, eu a matara e sequer sentia muito. Serenamente, dormi.
Gelos em pêlos,
Pernas e cabelo,
Costas em bocas,
Mãos e poucas roupas.
Línguas e dentes
Que mordem, que lambem,
Que sugam, que puxam,
Que sentem!
Emaranhados com pedaços para todos os lados.
No chão, na parede,
Matando a sede em bocas alheias.
Ela alheia a tudo.
Ele alheio a todos.
Aperta, provoca,
Ele sussurra, ela implora.
Ele preenche, ela só sente
E faz!
Finca unha em pele e pede por mais.
Quer mais!
Quer tudo até receber com um murmúrio o apse num murro de punho coberto com veludo.
Seus cabelos escorriam por seus ombros até o meio da cintura, sua cintura apertava-se dentro do vestido vermelho, o vermelho dos seus cabelos era já desbotado perto do vibrante das alças macias do tecido fino.
Ela se perguntou quando foi que crescera tanto a ponto de achar que o vazio dentro de si ocupava mais espaço que todas as outras coisas que havia cultivado ao longo do tempo. Será que também regara aquela coisa tão neutra que ardia em si mesma?
Pensava que talvez fosse melhor ter um sentimento qualquer de desespero, tristeza, ódio, dor. Qualquer coisa que, mesmo que machucasse, lhe desse a noção de vida, mas a única coisa que sentiu quando olhou pra dentro de si mesma foi o vento. Não um vento de brisa mansa, mas um vento que não leva nada. Um vento que não balança nada, que não ameniza dor nenhuma, que não acende fogueiras nem apaga velas. Não era vento de mar, era vento de quietude.
Ela olhou no espelho por um momento infinito e imaginou-se com o cabelo mais vibrante, com o vestido mais desbotado e, ao se ver ao avesso, cuspiu a imagem mental que o espelho refletia. Preferia ser ela mesma com todo o vazio que sentia a ser qualquer outra a quem desconhecia.
Preferia não sentir nada a sentir os sentimentos de outrém. Ela gostava de não sentir se isso fosse o que o destino reservava para a pessoa que era em seu completo. Ser neutra, ser brisa. Afinal, o que seria do sol sem o seu vento?
Abafada, ela sorriu. Sem calor, sem frio. Só ela mesma preenchida por seu próprio vazio.
Corre dentro de mim um rio de saudade com correnteza forte. Vez ou outra deposito em suas águas o meu barco de pensamentos e o ancoro em lembranças perdidas n'algum lugar muito interno meu. São ilhas de feitos, são serenidades repletas de efeitos, são frases nos tendo por sujeitos, são crimes secretos dos quais somos suspeitos.
Desço correnteza abaixo e deságuo em mim num sentido mais amplo de me ser. Mar meu.
Minha saudade é balão de ar que se enche em mim comprimindo e escanteando qualquer outro sentimento. É beleza de nada pois o que melhor traduz saudade que senão vazio?
Num rio cheio de vontade que tem ritmo constante por fim, sou barco a vela, estou porto de espera, sou maré vazante de mim.
Sinto mãos delicadas em meus ombros. Mãos que ajeitam as cordas, mãos que cuidam de mim. Foram essas mãos que me fizeram o que sou e, por isso, sou imensamente grata.
Não chego a me lembrar de como parecia antes de tê-las me arrumando, me enfeitando, me tocando com leveza. Meus movimentos são perfeitos através do contato daquelas mãos suaves e abro a boca para agradecer, mas a voz que escuto não é a minha. Essa é a voz que acompanha as mãos. A cadência que sempre escuto quando abro a boca, no tom que eu amo.
Percebo os dedos me apertando, observo minhas pernas se dobrando e, lentamente, sou posta em meu lugar outra vez. Estou em casa, na minha caixa, lado a lado com todas as outras marionetes que ele guarda.
Tenha consciência dos seus atos, muleque.
Somos diferentes, mas a sua indiferença é sufocante.
Estou com medo, rapaz.
Você vai embora e quem sabe se não volta mais?
Olhe nos meus olhos e só finja que se importa.
Eu mesma já sei que pra você é frieza, mas meu calor deveria derreter seu gelo.
Só sinto frio.
Estou tremendo, menino.
Me abrace como você prometeu que faria.
Aliás, você prometeu isso algum dia?
Ouvi palavras demais escondidas por trás das suas verdade não ditas.
Sou tudo misturado dentro disso.
Estou tão longe enquanto você está perto.
Estou tão perto de mandar tudo à casa da porra.
Que morra!
Morra esse amor, morra essa vontade de ter mais!
Que saia da minha frente você e seu quase-amor.
Cansei de metades.
Quero você inteiro ou não quero nada mais.
Sou insegura, sou indefesa, mas aprendi a combater meus medos.
Tenho medo de mim mesma quando penso em nós dois, então aprendi a me combater.
Não vou ser mais isso e, como não posso dizer "dane-se eu", então dane-se você!
Inspirado na história de Kerolz.
Eu comecei esse texto meio sem saber pra onde ir com as palavras confusas que preciso cuspir, mas cansei de ser forte por hoje. Aliás, cansei de ser forte por tempo indeterminado e esse texto é minha bandeira branca.
Não consigo mais fingir que sua risada parou de fazer eco no telefone mudo. Duas vezes na semana passada eu o tirei do gancho repetindo pra mim mesma que tinha esquecido pra quem ia ligar de última hora. Mentira minha, claro. Gosto de ficar imaginando que, entre um "tu" e outro, há você pensativo do outro lado.
Eu fico olhando a minha própria cama - enfeitada com o único cachorrinho solitário que você me deu - e me lembrando das suas promessas de vir me acordar qualquer dia só pra que eu tivesse a surpresa de ver seu rosto assim que abrisse os olhos. Então me sinto idiota, recrimino o pensamento e começo a alimentar a certeza de que você tinha uma senso de humor ridículo. Onde já se viu querer acordar alguém de surpresa? Ridículo.
Estou escrevendo esse texto pra abrir uma porta de memórias que tranquei no dia em que você me disse que não dava mais. Naquele dia eu só fiquei muda e sorri como que dizendo que já esperava por isso. Não foi um sorriso irônico em tom de acusação, eu realmente já esperava. Todo mundo tem sua temporada de flores, mas ela sempre acaba e quase nunca se tem uma explicação. Não gritei para que me mostrasse razões por que anestesiei dentro de mim a dor crônica depois da sua pontada agúda de verdade. Eu estava destruída, você se cansara. Mas quem disse que eu ia enlouquecer e espernear? Nem pensei em perguntar se havia outra pessoa - nunca quis saber. Não planejei esperar que você mudasse de idéia. Eu simplesmente sabia.
Você teria que, como o sol faz todos os dias, ir embora um dia, mas, diferente dele, você não voltaria. Eu sabia e me muni de coragem para enfrentar as perguntas de todos e os olhares de pena. Não queria que sentissem pena de mim, mas, de verdade, não me importava se sentissem. Só me importava com a porta que você fechou e eu tranquei.
Hoje parei de olhar pela fechadura e abri esse quarto outra vez. As memórias me invadiram então sentei para escrever. Falar em forma de rabisco sobre os beijos escondidos, as risadas nervosas, aquela vez em que eu falei besteira na frente da sua mãe e você ficou me enviando seu pensamento mais forte de "cala a boca, amor", os abraços apertados nos aeroportos, as madrugadas que passamos ao telefone e todos os dias que vimos amanhecer em meio a risadas contidas e bocejos leves.
Hoje eu abri aquela porta e estaquei. A força das lembranças me atingiu em cheio, mas me recusei a trnacar tudo outra vez. Percebi que ser forte não é fingir que não se importa e deixar o homem que ama ir embora como se fosse só mais uma primavera.
Agora talvez seja tarde demais pra nós dois, mas deixei suas palavras encerrarem o efeito da minha anestesia e ouvi o "não dá mais" pela primeira vez deixando que a escorresse dentro de mim toda a dor que represei.
Sentei em algum lugar, chorei em silêncio por uma ferida antiga e peguei esse caderno pra escrever sobre você.
Eu fui bastante forte, se quer saber, mas é como você me disse aquele dia do seu jeito contido: chega uma hora que não dá mais.