domingo, 10 de janeiro de 2010

Atormentada por Mummy

Não posso dizer que estou cansada, mas sim completamente despreparada pra essa guerra sem armas onde fui lançada. Me sinto por vezes perdida em meus próprios pensamentos e outras vezes aturdida por meus fortes sentimentos. Eles me sacodem como ondas na rebentação que grita ordens ao vento e espera que todas sejam atendidas sem levar em conta qualquer que seja o sofrimento! Nessa disputa de emoções onde o amor não tem vez, voz, grito... Não importa se somos sobreviventes ou apenas mortos e feridos.
Longe de tudo o que aprendi foi preciso me reinventar, mas a cada buraco fechado abro outro com a terra que tirei do lugar.
Ninguém pode se perder tanto afim de mudar.
Não importa o quanto eu me debata, o labirinto já se fechou ao meu redor. Não há saída pra trás e a perspectiva de avançar, apesar de única, não é melhor.
O frio me sacode o corpo inteiro e o desejo de voltar a ser quem fui primeiro ameaça atormentar, mas deixe que eu te digo: O maior perigo de querer mudar é que, quando começa, você não pode parar!
Os desejos te devoram, a ânsia por mais te atinge, seus demônios imploram, angustiam, afligem. Eles não vão embora até que você enlouquece, apodrece e chora!
Chora por que não entendeu quando foi que, em tudo isso, se perdeu.
Assim como chorei quando, ao parar em frente ao espelho, olhei e não vi mais "eu".




Produzido em 05 de fevereiro de 2009



"Não choro mais. Na verdade, nem sequer entendo por que digo 'mais', se não estou certo se alguma vez chorei. Acho que sim, um dia. Quando havia dor. Agora só resta uma coisa seca. Dentro, fora." - Caio F. Abreu

5 comentários:

  1. "Chora por que não entendeu quando foi que, em tudo isso, se perdeu.
    Assim como chorei quando, ao parar em frente ao espelho, olhei e não vi mais "eu"."
    Escreves mesmo bem :)
    Obrigado, beijo*

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  2. muito obrigado pelo comentário! adorei o texto.

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  3. Cara, me sinto até afagada ao ler esse texto, sabe?
    É o que eu sinto no meu íntimo. Essa impossibilidade de voltar ao que eu era, ao que eu sentia, dói muito. Muito mesmo. Mas tem horas que dói bem mais e eu penso que não dá pra suportar. O que me consola é que, depois, eu sei que sempre dá.

    Um abraço.
    Obrigada pelo abraço solidário. ;)

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