sexta-feira, 9 de julho de 2010

Serpentinas

- Eu vou. - Soltou meu braço direito e pousou a mão no meu rosto. - E, sinceramente, não desejo que você ame. Esse sentimento é muito grande pra você. Suas mãos são pequenas, você fica confusa demais. Fica bem. Adeus. - Me largou.
Soltou meu braço. Soltou meu rosto. Soltou minha vida. Jogou-a para o alto como se fossem serpentinas. E eu fiquei olhando enquanto ele se distanciava. Não olhou para trás e eu agradeci a Deus por isso. Não manteria a minha palavra se olhasse em seus olhos novamente. Não vou chorar. - ordenei - Não vou. Fiz o que era necessario, e se o tempo voltasse, faria novamente.
Fechei os olhos. Respirei fundo. O que eu tanto quis, aconteceu. Ele foi. Eu fiquei. Foi, porque eu quis assim. E agora tenho que arcar com as consequências. Tenho que me sentar e pensar no que fazer com o que sobrou. Tirá-lo de todos os detalhes. Limpar a minha retina e me acostumar a não tê-lo mais ao alcance dos olhos. Por que ele não está.
Minha promessa foi cumprida.
Mas, internamente, ficarei sonhando com o final feliz que não aconteceu.



Tamii Rosenvelt
Texto da minha irmã, só para não perder.

4 comentários:

  1. Fazer planos demais com as pessoas que amamos, no fim sempre nos magoamos. bj

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  2. é porque não é a pessoa certa. No fim ela aparece.

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  3. Obsolutamente lindo!
    Concordo com a Rebeca! :Talento é de familia ²

    Beijos linda!

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