domingo, 29 de agosto de 2010

Prateleiras

Felicidade demais me dá medo. Parece que sempre que alguém está feliz a ponto de explodir... Explode. Cacos de alegria caindo na cabeça de todos e nada de sorrisos sobrando. Toda a vida que se esconde por trás de olhos apertados é aprisionada além da compreensão dos fatos. Mudanças me assustam. Mesmo que sejam necessárias, mesmo que sejam pensadas e analisadas com frieza. Mudanças me enervam. Dá vontade de colocar tudo em seu lugar outra vez e organizar certezas em minhas prateleiras internas. Arrumar meus livros de vivências em ordem alfabética. É que sou inconstante mesmo. Quero sair pulando na rua, quero ficar sozinha, quero alguém me escutando e desejo que me deixem em paz. Hoje acordei indiferente. Desejando que todo o seu orgulho e frieza engasguem-se em sua garganta apertada. Que sufoque dentro da sua própria altivez. Gosto do morno e sou sempre quente demais para mim. Cansei do seu gelo por hoje. Cansei de você por hoje. Mas isso passa, não passa?



"Não vou dizer que tudo é banalidade
Ainda há surpresas, mas eu sempre quero mais
É mesmo exagero ou vaidade
Eu não te dou sossego, eu não me deixo em paz"

3 comentários:

  1. é por isso que o exagero de nada serve. a felicidade são detalhes. o resto é quebrável, explosivo.

    lindo, o seu texto.

    beijos!

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  2. Mesmo as coisas estando bem, nunca estamos satisfeitos, defeitos de seres humanos. beijo

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