Que me feche a garganta o grito surdo dos que têm muita alma e pouca voz. E que eu fale por eles, que grite sua vez enquanto, nos becos imundos, são retratos do meu descaso. Por que não me retiro do circo já criado em que há palhaços peraltas e leões a ser domados. Não me privo do não-orgulho e da culpa de ter o dedo apontado para o rosto da indiferença. Se há algo que toque os tambores, se há som que rufe a consciência, que badalem os sinos mais altos para que desperte do coma da dormência todo o ser que, de braços cruzados, tem pretenção de fazer a diferença. Que lutemos até o fim, que nos crucifiquemos em nome do que cremos e que nossas cabeças sejam levantas para que, antes de esmagadas, façam valer a pena a nossa causa. Por que se há cruzes em que morrer, é certo que não terminaremos nossa luta de braços cruzados.
"Eu que jamais me habituarei a mim, gostaria que o mundo não me escandalizasse" - Clarice Lispector
Com força de vontade de positividade lutaremos até o fim se Deus quiser. Tu escreve muuuito bem, toca fundo. beijo
ResponderExcluirNão se cale amiga, porque nesse momento, depois desse texto, eu faço isso por você. Sua voz é mais alta que a minha, use-a!
ResponderExcluirO melhor texto sobre esse assunto que já li.
ResponderExcluirQueria que todos tivessem essa consciência e não ficassem inertes vendo o país se despedaçando. Menina, você arrasou nesse texto.
Bravo!