sexta-feira, 18 de junho de 2010

Vazio infinito

Tudo no mundo é a escuridão da noite de hoje. Corações encontrando-se na mistura de pêlos de gatos nos telhados e mães que contam histórias pouco verdadeiras para suas crianças ao pé da cama. Eu aqui, sozinha em alma, pensando em quantos planos joguei pela janela quando me atirei de cabeça naquele sentimento imune a tudo. Não havia maneira de acabar, eu diria. A verdade mais cruel é que sempre acaba, não é? A menos que se ache pessoas dispostas a recomeçar. Não foi o nosso caso. E a noite escura me engole e me abraça ninando essa falta de tudo que me esburaca. O vazio é infinito, meu amigo. Muito maior do que qualquer amor que você pudesse sentir por mim, o vazio é gigante e não acaba nunca. Agora tenho dois buracos no peito. Um furo da sua não presença e um rombo da minha própria inocência que rolou ladeira abaixo agarrada aos meus sonhos. Todos aqueles que você embrulhou em mentiras e má vontade, se lembra? Eu aqui, sozinha em espírito, esperando a hora em que o sol nascerá outra vez. Brindando a todas as memórias. Que seja bom o nosso desafeto. E que se tapem os buracos deixados para trás.

5 comentários:

  1. conheço bem esses dois buracos e é exatamente com o novo dia que tudo pode mudar.

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  2. E esses buracos sempre se tapam, mais cedo ou mais tarde, mesmo que durante esse processo o caminho seja árduo e doloroso, regado a lágrimas, mas ainda assim, os buracos se fecham... É aquele tal de "dar tempo ao tempo"

    Bjs =)

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  3. Você coloca as coisas com um lirismo genial...
    Sei lá... Às vezes acho que essa perda da inocência é uma coisa boa. Dá uma certa noção de realismo que ajuda a fazer os recomeços darem mais certo e os meios durarem mais.
    Bjos

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