domingo, 31 de julho de 2011

Sou concha

Soltei o barco. Vá embora que eu fico boiando sozinha. Pode ir que ainda tem bastante mar para mim e para você, mas sua costa é do outro lado. Meu continente é meu chão e sua terra é outra. Minha piada é meu barulho por dentro, sou concha. O barulho do mar é minha mão no ouvido, mas eu soltei o barco. Adiante o seu lado e siga para o seu porto que o meu pedaço de certeza é o seu punhado de interrogação. Me exclame! Só me cante por aí a fora por que já desisti de pedir que me ame. Implorar amor é triste, eu sempre soube. Daí agora cansei. Estranho isso, né? Você vai vivendo e uma hora, do nada, quando a vida parece sorrir com os dentes bem abertos... Você cansa. E tudo deixa de fazer sentido. Amizade de amor não correspondido deixa de fazer sentido. Soltei o barco, soltei as perguntas, soltei a esperança. Ela não morreu ainda, mas, solta no meio do mar com pouca água e pouca comida, pouco tempo lhe resta. Adeus, meu não-tão-meu amor.

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