terça-feira, 21 de dezembro de 2010
segunda-feira, 20 de dezembro de 2010
Batata Gratinada
Que tarde linda, meu Deus. Tarde perfeita sem a sua voz interrompendo a minha risada e sem a sua inconstância abalando o meu fluxo de pensamentos. Fui tão feliz com a minha anestesia geral hoje que você nem chegou a me incomodar. Eu vesti aquela calça que nunca te mostrei, com a blusa do trabalho que ralei para conseguir e enrolei os cabelos num nó que você adora, mas não pensei em você por horas. Fiz batata gratinada, coloquei meus temperos e repeti o que você dizia, repeti as coisas que eu te falava e nem sequer me lembrei de você. Foi uma tarde linda com a melhor amiga. Uma tarde vazia de fantasmas, vazia do seu egoísmo e divertida como as nossas conversas deixaram de ser há muito tempo. Uma tarde em que eu pude ser eu mesma sem me preocupar em te agradar, em não fazer nada errado, em não cruzar a linha. Cruzei todas as linhas, mas não citei o seu nome. Ri das nossas piadas antigas, comentei da pouca inteligência de outra amiga, queimei o dedo, conversei com o meu pai e escrevi em meu blog. Tudo se encaixando perfeitamente, exatamente como antes de você entrar na minha vida e machucar todos os pontos de mim que eu entreguei em suas mãos. E nem senti falta das suas piadas irônicas, não liguei para o fato de você não ter me ligado, de eu ter esperado, de estar sem entender. Não tenho mesmo entendido as coisas ultimamente, não é? Que seja tudo diferente agora. Que eu possa ser eu outra vez e se quiser me acompanhar, um brinde a nós dois. Eu e você. Nós dois temos nomes e o meu nome eu me esqueci de esquecer quando não lembrei mais quem era você.
sexta-feira, 10 de dezembro de 2010
Relacionamentos em Polaroid
Um dia desses eu estava reparando nos casais de namorados que conheço. Muito sérios, muito imaturos ou muito chatos. Às vezes conseguem ser as três coisas juntas, não raro. Fiquei pensando que relacionamentos são como uma fotografia. O momento que você vive, as coisas que você pensa e o sorriso que você dá na hora em que o flash te cega são coisas que só você vai saber. Você e as outras pessoas que também foram fotografadas. Quem olhar de fora, quem observar depois, nunca vai entender exatamente o que se passou e a razão da mancha no vestido, do sorriso meio torto, das mãos suadas e entrelaçadas. Todos os detalhes são uma mera questão de estar do lado de lá. Ou, quem sabe, do lado de cá da foto. Assim são os namoros, noivados, casamentos e todas as outras instituições (falidas ou não) que a sociedade construiu ao longo do tempo. Quem vier espiar de fora, sinto muito, entenderá muito pouco e palpitará do jeito errado. A não ser que tenha muita sorte ou que já tenha entrelaçado as mãos suadas daquele mesmo jeito em uma fotografia anterior. Os momentos passam, mas as fotos sempre vão ficar guardadas em algum lugar até serem reencontradas. Elas podem não fazer sentido para mais ninguém, mas sempre vão fazer sentido para quem sorria nelas.
Il mio amato, voglio che tu così, ti auguro vicino a me. Mi mancano i tuoi baci, la mancanza di noi insieme. Ti amo.
terça-feira, 7 de dezembro de 2010
Mais uma dela
O tempo, meu maior companheiro e inimigo: Sinto falta de mim.
Consegui juntar algo que me parece uma verdade coerente.
Parece ate fácil agora fazer tais afirmações.
Consegui juntar algo que me parece uma verdade coerente.
Parece ate fácil agora fazer tais afirmações.
A questão é que elas não são a confusão de alegria que explicava de maneira superficial, porém real, o que era eu.
Tudo bem que seja assim.
Tudo bem que seja assim.
Pelo menos ainda sinto o vento alisando meu rosto no lugar onde roçava sua mão e molhava seus lábios.
Estou sempre um segundo à sua frente e dói te ver ficando para trás.
Porque sei que jamais estaremos no mesmo tempo.
Sinto falta de tudo que minha mente inventou para você.
(Eu costumava pensar que a sua inventava coisas para mim também.)
(Eu costumava pensar que a sua inventava coisas para mim também.)
Para mim, o nosso ritmo era o mesmo, mas não, estou um segundo à sua frente e não posso te esperar, porque, se tentar, perco a capacidade de contar o tempo e me perco.
Você não me acompanha no meu ritmo descompassado.
Continua sempre um segundo antes de mim.
Texto de Lena Reimão adaptado por mim.
Assinar:
Postagens (Atom)