terça-feira, 12 de abril de 2011

Quando os muros caíram

Estou me decidindo por ser mais arteira. Menos fronteira, mais pontes. Sacudindo um pouco o pó do meu tapete e sujando tudo outra vez por que a vida é isso. Limpar e sujar com uma poeira nova. Quero as terras de outros lugares e as lembranças de outros sorrisos. A novidade de cada pôr-do-sol visto por muitos e o nascer do astro rei que é segredo enquanto todos dormem. Me prometo nascer em segredo e morrer num espetáculo diário com minha roupa de rainha dourada. Imitarei o sol, beijarei a lua e serei dona dos quadros que pinto. Dona de olhos fechados e coração aberto. Só um pouco mais de alma gritando tintas berrantes e, às vezes, calmas. Vou arrumar outros caminhos e desativar meus alarmes. Me desfazendo da segurança e cortando o último fio que me prende a qualquer coisa que leve embora o meu sorriso. É, estou finalmente sendo mais arteira. Mais pontes, menos fronteira.

"Mesmo que isso tenha me assustado muito aqui e ali. No somatório de tudo, foi graça, alívio e abertura." - Ana Jácomo
 

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