domingo, 9 de janeiro de 2011

Não faz sentido, mas explica tudo

E onde a minha cabeça deita hoje quando o meu travesseiro só quer sonhar você? Sua voz dizendo que não é bem assim entra por um ouvido e sai pelo outro, chacoalha em minha cabeça e ecoa lá no fundo dessa alma já inquieta. Que os outros escutem suas respostas e interpretem, mastiguem, arranquem de cada afirmação sua uma verdade oculta. Eu já cansei de fazê-lo. Agora quero só entender o que você estiver disposto a explicar, quero só ver o que você estiver com vontade de mostrar e só vou amar... Repito o mais alto que alguém puder escutar: Só vou amar o tanto exato que você desejar me amar. Os excedentes eu corto fora e deixo para aqueles com grandes dons expeculativos a perspicácia de adivinhar. Por hoje eu fico com a paz que sua falta de paixão me dá. Isso explica tudo apesar de fazer com que nada mais tenha sentido. Estranho, eu sei. Mas agora entendi o porquê de tanta indiferença e fiquei confusa quanto ao fato de ainda me querer por perto. Eu, em seu lugar, teria saído por aí louca, desesperada já, tentando encontrar em outra pessoa aquilo que não posso mais te oferecer. Se não sente nada, pode desligar a anestesia, eu parei de tentar entender - e já faz quatro dias.

"Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não sabe se vai ser antes ou depois de se chocar com o solo." - Martha Medeiros

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