Levanto perdida em memórias e me arrumo tantas vezes que o
espelho condena silenciosamente a minha vaidade. Visto o meu pescoço em colar
e, por dentro do reflexo, perco as contas das lembranças no espelho. É aí então
que o fecho se rompe. O colar se rompe e, no fundo de mim, alguma outra coisa
espalha contas pelo chão. É o barulho dos meus mil pedaços ecoando pela casa. É
a certeza finalmente trazendo um pouco mais de alma. Se o colar se parte, se
tudo nele espalha, não há colar que se refaça. Me perdi aos poucos, mas não
perdi inteira. Ainda posso juntar contas e começar do zero. Talvez um colar
novo me vista sem memórias.
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